DIVERSIDADE, CONTEÚDO E O CONHECIMENTO TÉCNICO

 


Não agregar na formação Técnica ou de Pós-Graduação uma base curricular que passe por uma
avaliação, pelo menos, a cada 5 anos ou conforme as atualizações das legislações, no seu conteúdo quanto às bases técnicas necessárias na formação desses profissionais, em relação às matérias, às aulas práticas, ao estágio e ao material didático, acaba gerando uma defasagem percebida e com significante impacto no mercado de trabalho.

Nesse conceito, o aluno ou o profissional também acaba sendo prejudicado, seja pela deficiência do sistema, seja pela própria acomodação a que fica subjugado.

Durante o período de formação, e mesmo depois de formado, temos no mercado inúmeros cursos que muito podem complementar a formação daquele profissional para as opções de aplicação ou rejeição que acabam estando presentes nesta escolha.

A questão principal é que poucos enxergam esse diferencial. Daí há no mercado de trabalho profissionais que rapidamente se destacam, mesmo tendo se formado recentemente.

Em contrapartida, a mania de copiar tornou-se quase universal entre nossos alunos, estudantes e profissionais formados. Há um consenso coletivo favorável à cópia, do curso Técnico à Universidade, bem como em Grupos de Discussão, mas não podemos nos acomodar ao mal nem perder a esperança de encontrar solução para os problemas.

Apresento, a seguir, algumas razões pelas quais não se deve copiar documentos, alterando somente os dados do cliente e até em alguns casos alguma parte do conteúdo:

Dez Razões para não “Copiar Documentos” durante o curso de formação e em seu Trabalho!


PRIMEIRA: É feio e deselegante chegar a um curso Técnico ou a uma Universidade sem o gosto de estudar.

Quem copia não tem amor à cultura nem senso de dever e responsabilidade pelo bem comum.

Quem copia documentos sem o esforço de criá-los ou adaptá-los se torna uma pessoa despreparada. A cópia é a ética do “jeitinho” e do levar vantagem em tudo, em níveis escolar e profissional.


SEGUNDA: A cópia é uma mentira, isto é, apresento uma coisa como minha, mas na verdade é de outrem.

Estou dizendo sim para algo a que, na verdade, deveria dizer não.

É próprio da inteligência tender para a verdade. A cópia é uma ofensa à inteligência e à verdade.

É uma das tantas corrupções já internalizadas nas consciências estudantil e profissional.


TERCEIRA: A cópia é um roubo, pois apresento como meu e como minha sabedoria aquilo que é esforço do outro.

Copiar é acostumar-se a usar o que é dos outros.

Não posso ter mérito quando sei que não estudei ou não elaborei um documento e, portanto, não mereço credibilidade, porque não sei a matéria, o tema exigido e, consequentemente, a finalidade desse documento.


QUARTA: A cópia fomenta a “lei do menor esforço” e a preguiça.

O esforço e o sacrifício são necessários para a formação de uma personalidade sadia, pois quem semeia vento colhe tempestades.

Devemos nos educar para a fidelidade e não para a facilidade.

 

QUINTA: A cópia é um perigo social e contra o bem comum.

Temos hoje o que podemos chamar da Geração Ctrl C e Ctrl V, sem esforço, para a qual é só pedir, receber, trocar os dados do Cliente e já está pronto.

Ninguém pode aceitar um estudante ou um profissional que foi incapaz de defender sua real ignorância, copiando sem esforço e sem uso de seu conhecimento, mas, sim, valendo-se dos outros.


SEXTA: A cópia leva ao desperdício do tempo.

A psicologia da pessoa que somente copia é esta: posso divertir-me, fazer outras atividades, conseguir vários serviços etc., porque, na hora que precisar, saberei dar um “jeitinho”.

Com isso, esbanja-se a preciosidade do tempo, consagra-se a mediocridade e justificasse desde cedo a desonestidade.


SÉTIMA: A cópia aumenta a já calamitosa superficialidade e ignorância cultural.

O nível de estudo e cultura só tende a diminuir e com ele aumenta a falta de cultura, que é um perigo social. A cópia nos desobriga a pensar; é uma alienação cultural na qual a pessoa se utiliza da frase “preciso de um modelo”.

 

OITAVA: A filosofia da cópia impede o avanço cultural do estudante ou do profissional, favorece o que seria um analfabetismo na profissão.

Pelo costume da cópia, “estudantes ou profissionais” continuam alienados, desligados e sem a ciência e a cultura que revolucionaram um povo e, principalmente, as atualizações em sua profissão.

 

NONA: A cópia vem confirmar a tese dos que dizem ser a escola uma instituição alienante.

A mania de copiar pode ser o sintoma de uma filosofia educacional decadente e falaz.

É preciso rever a modalidade de avaliação de nossas Escolas Técnicas e de Pós-Graduações.


DÉCIMA: O professor ou o profissional que incentiva ou aprova a cópia de documentos não incentiva aquele aluno ou profissional a criar, a utilizar seu conhecimento na elaboração desse documento, e sim a entregar “modelos” que às vezes também não apresentam informações e conteúdos conforme exigem as legislações trabalhista e previdenciária.

Tal comportamento é desonesto e contra a ética profissional.


Texto adaptado do original Dez Razões para não “Colar” na Escola escrito por Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida — SP.

Por uma breve análise do texto adaptado, podemos visualizar a realidade existente, bem como saber por que não a praticar.

Culpar unicamente o sistema de ensino não modificará tal condição se não houver também uma

modificação na postura dos futuros alunos e posterior, profissionais.

Temos ainda um fator que, em muitas Escolas Técnicas e Cursos de Pós-Graduação, poderia fazer essa diferença, que é a matéria “Ética”, de que tais conceitos apresentados no texto adaptado deveriam fazer parte, contribuindo para a formação do futuro profissional.

Outra importante matéria é a “Responsabilidade Civil e Criminal”, na qual a base quanto às responsabilidades sobre os atos, as omissões e a falta de profissionalismo certamente irão gerar Ações Civis e/ou Trabalhistas, cassação de título entre outras consequências.

Essas matérias apresentadas devem, antes de tudo, ser as bases de uma grade curricular, na qual,
em cada matéria específica, deveria ser demonstrado um exemplo para que os alunos já entendessem para diferenciar o “Bom Profissional” do “Mau Profissional”, pois a grande surpresa é um profissional recém-formado ou já atuando no mercado perceber que sua formação está bem aquém do que ele imagina.

 

Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.

Pablo Neruda

Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto, mais conhecido pelo seu pseudónimo e, mais tarde, nome legal, Pablo Neruda, foi um poeta-diplomata chileno e político que ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1971.


Comentários

Postagens mais visitadas