Adicional de Insalubridade e Periculosidade por Consulta
Vem sendo constante em Grupo de Discussão dúvidas quanto a identificação de Adicionais de Insalubridade e Periculosidade.
Estas dúvidas são apresentadas no Grupo com a descrição de uma situação de trabalho e seguidamente em alguns casos com a informação de que já foi visto no Grupo uma informação sobre o caso, indicando ou não o direito de pagamento de Adicional.
No andamento da dúvida, aparecessem profissionais ajudando ou complicando e principalmente orientando de forma errônea.
A situação mais grave, que poucos se atentam esta relacionada ao fato simples de que ao querer ajudar, o profissional apresenta uma conclusão sobre o fato, já definindo o direito a pagamento do Adicional que foi questionado.
Mais onde então está o erro em ajudar ?
A questão principal não é o erro em ajudar, mais na forma de estar oferecendo a ajuda.
Vejamos as implicações que ocorrem observando um exemplo.
"Rolou uma discussão sobre o direito
ou não ao adicional de 30% de Periculosidade o colaborador que faz a
troca do gás das empilhadeiras, porém não me recordo qual foi o consenso que o
grupo chegou?
Alguém poderia me ajudar?
Na minha opinião este colaborador faz jus ao Adicional sim, porém
gostaria de saber qual o embasamento legal?"
Neste caso um profissional solicita uma ajuda quanto ao caso de troca de cilindro em empilhadeiras movidas a GLP, sendo que ainda opina que existe a condição favorável ao pagamento, porém gostaria do embasamento legal.
Outros profissinais em ajuda apresentam suas colocações, uns sendo favorável ao pagamento e outros não, mais sem uma análise mais criteriosa do caso.
Não procuram orientar acertivamente sobre o caso incitando o profissional com dúvida a analisar a situação do ambiente, a forma de trabalho e principalmente a comparação com a NR-16 (que seria o caso).
Simplesmente, no caso daqueles que são favoráveis ao pagamento do Adicional, indicarem que deve ser pago.
Neste caso, fica extremamente perigoso um profissional sem ter periciado o local, sem saber mais detalhes sobre a atividade afirmar por simples analogia e comparação de uma descrição que uma atividade temnha direito a um Adicional seja de Insalubridde ou Periculosidade.
A intensão de ajuda é excelente, porém cabe ao profissional ter a consciência de como deve ajudar de forma acertiva e esclarecedora.
Para uma pequena reflexão deixo um texto abaixo.
(Max Geringher)
Numa das
empresas em que trabalhei, eu fazia
parte de um grupo de treinadores voluntários.
Éramos coordenados pelo
chefe de treinamento, o professor Lima, e tínhamos até um lema:
"Para poder ensinar, antes é preciso aprender" (copiado, se bem
me recordo, de uma literatura do Senai).
Um dia, nos reunimos para
discutir a melhor forma de ministrar um curso para cerca de
200 funcionários.
Estava claro que o
método convencional: botar todo mundo numa sala,
não iria funcionar, já que o professor
insistia na necessidade da interação, impraticável
com um público daquele tamanho.
Como sempre acontece nessas
reuniões, a imaginação voou longe do objetivo, até que, lá
pelas tantas, uma colega propôs usarmos um trecho
do Sermão da Montanha como tema do evento.
E o professor,
que até ali estava meio quieto, respondeu de primeira.
Aliás, pensou alto:
- Jesus era peripatético...
Seguiu-se uma constrangida troca
de olhares, mas, antes que o hiato pudesse ser quebrado por alguém com coragem
para retrucar a afronta, dona Dirce, a secretária, interrompeu a reunião
para dizer que o gerente de RH precisava falar urgentemente
com o professor.
E lá se foi ele, deixando a sala à vontade
para conspirar.
- Não sei
vocês, mas eu achei esse comentário de extremo mau gosto, disse a
Laura.
- Eu nem diria de mau
gosto, Laura. Eu diria ofensivo mesmo, emendou o Jorge, para
acrescentar que estava chocado, no que foi amparado por um
silêncio geral.
- Talvez o
professor não queira misturar religião com treinamento, ponderou
o Sales, que era o mais ponderado de todos.
- Mas eu até vejo uma razão para
isso...
- Que é isso, Sales? Que razão?
- Bom, para mim, é óbvio que ele
é ateu.
- Não diga!
- Digo. Quer
dizer, é um direito dele. Mas daí
a desrespeitar a religiosidade alheia...
Cheios de fúria, malhamos o
professor durante uns dez minutos e, quando já estávamos sentenciando à
fogueira eterna, ele retornou. Mas nem percebeu a hostilidade. Já entrou
falando:
- Então, como ia dizendo,
podíamos montar várias salas separadas e colocar umas 20 pessoas em cada
uma. É verdade que cada treinador teria de repetir a mesma
apresentação várias vezes, mas...
Por que vocês estão me olhando desse
jeito?
- Bom, falando em nome do grupo,
professor, essa coisa aí de peripatético, veja bem...
- Certo! Foi
daí que me veio a idéia. Jesus se locomovia para fazer
pregações, como os filósofos gregos também faziam, ao
orientar seus discípulos.
Mas Jesus foi o Mestre dos Mestres, portanto a sugestão de usar o Sermão da Montanha foi muito feliz. Teríamos uma bela mensagem moral e o deslocamento físico... Mas que cara é essa?
Mas Jesus foi o Mestre dos Mestres, portanto a sugestão de usar o Sermão da Montanha foi muito feliz. Teríamos uma bela mensagem moral e o deslocamento físico... Mas que cara é essa?
- Peripatético quer dizer
"o que ensina caminhando".
E nós ali, encolhidos de
vergonha. Bastaria um de nós ter tido a humildade de confessar
que desconhecia a palavra que o resto concordaria e tudo se
resolveria com uma simples ida ao dicionário. Isto é, para poder ensinar,
antes era preciso aprender. Finalmente, aprendemos duas coisas.
A primeira é: o fato
de todos estarem de acordo não transforma o falso em verdadeiro.
E a segunda é: que a
sabedoria tende a provocar discórdias.
Mas a ignorância é quase sempre
unânime.
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