GRO / PGR, oportunidades e oportunistas
Desde a publicação da nova NR 1 em 09.03.2020, trazendo o GRO
e o PGR, muitas especulações, debates, dúvidas e agora inúmeros cursos vem
demonstrando oportunidades e oportunistas.
Cursos que tornaram o profissional de Segurança e Medicina do
Trabalho em um “especialista em GRO / PGR”, mas como se tornar um especialista?
O que te transforma em especialista?
Conforme o dicionário Wikipédia, um especialista, ou perito, é uma pessoa que se ocupa exclusivamente de um ramo particular de uma ciência,
de uma arte, etc. O título é
dado a profissionais que concluem curso de pós graduação lato
sensu nas referidas áreas. Também pode ser
chamado de especialista o profissional que se empenha em uma matéria.
Complementando, pode ser o indivíduo que possui
habilidades ou conhecimentos especiais ou excepcionais em determinada prática,
atividade, ramo do saber, ocupação, profissão etc., ou seja, ser “especialista”
demanda tempo, conhecimento e dedicação.
Desta forma, um curso gratuito ou pago, irá introduzir formas,
métodos e aplicação de ferramentas em planilhas e modelos de documentos, e tudo
dependerá de antes de qualquer coisa de alguns fatores importantes, o conteúdo
programático, a carga horária, a experiência e vivência do apresentador, o
interesse do participante no aprendizado, chegando no ponto crucial para o
sucesso, que é exatamente o reconhecimento da legislação prevista na NR 1 e nas
demais NR´s, pois com as atualizações já realizadas e as que ainda acontecerão,
as empresas e os profissionais deveram estar preparados para estas adequações e
mudanças significativas que a área de Segurança e Medicina do Trabalho sofrerá ainda
em 2020 e em 2021.
Dentro deste contexto comercial, temos por exemplo a
justificativa de que “O material disponibilizado foi construído a partir de
pesquisas sobre os principais documentos necessários no dia-a-dia do técnico e
do engenheiro de segurança”, Kit com modelos de documentos riquíssimos que
ajudarão você, profissional da área de segurança do trabalho, a exercer sua
atividade, independentemente do ramo de atuação de sua empresa. Mas como
usar um material se para cada segmento de empresa há detalhes e estruturas
internas próprias e diferentes? Quem irá manusear os modelos saberá realmente
utilizá-los? Alguns inclusive já presenteiam com um modelo de PGR.
O que ainda muitos não
se atentaram é que boa parte da estrutura do PGR já deveria ser de conhecimento
destes profissionais, visto estarem na grade curricular independente de ser um
curso técnico ou pós-graduação, diferenciando apenas quanto a inclusão da
estrutura da ISO 45001 e do ciclo PDCA. E toda essa deficiência que fica
evidente está atrelada a um fator que desde 2012 quando lancei a 1ª edição e se
encontra na 3ª edição de meu livro “Descomplicando a Segurança do Trabalho – Ferramentas
para o dia a dia” já abordava os problemas nas grades curriculares quanto a
defasagem, estruturas mais atualizadas e novos conceitos que deveriam ser
avaliados e introduzidos no sistema de ensino para os profissionais de Segurança
e Medicina do Trabalho.
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